Exposição "Nó Cego", de Diogo Ferrer
O Museu do Pico acolhe, a partir do próximo dia 24 de julho, pelas 18h00, na Galeria de Exposições Temporárias do Museu da Indústria Baleeira a exposição fotografia analógica Nó Cego, de Diogo Ferrer.
Diogo Ferrer é um fotógrafo residente na ilha do Pico desde 2022. Natural de Vila Nova de Gaia, foi numa viagem aos Açores que descobriu não só a beleza do lugar, mas também uma nova forma de ver e viver a fotografia.
Embora trabalhe tanto com fotografia como vídeo — em formatos digitais e analógicos — é na fotografia analógica que concentra o seu trabalho pessoal. Nem sempre fotografa temas que o inspiram, mas acredita que estar no lugar certo, no momento certo, pode revelar imagens únicas. Para ele, a fotografia é uma forma de documentar, questionar e guardar fragmentos do tempo.
Esta exposição fotográfica analógica não pretende apoiar nem condenar. A tourada à corda é uma tradição ainda presente nos Açores, incluindo na ilha do Pico. Estas fotografias não foram planeadas. Surgiram de forma espontânea quando, durante um trilho, se deparou com uma tourada à corda em Santo António e decidiu registar o momento. Através destas imagens, expressa o seu olhar sobre algo enraizado, complexo e controverso.
O título "Nó Cego" representa a tensão de uma prática cultural enraizada no tempo e na identidade local — difícil de desfazer. Entre tradição e conflito, o nó permanece apertado e resistente. O seu objetivo é que estas fotografias sejam observadas, registadas e sirvam de convite para a reflexão pessoal — que estimulem o debate, a troca de ideias e o questionamento. Não oferece respostas. A arte é, por natureza, ambígua: aberta, incómoda, reveladora...